segunda-feira, 15 de outubro de 2007

"O livro enfim publicado"

Vendo livros para sustentar meu vício da escrita. É por essa necessidade que continuo. Tento aqui. Tento ali. De quinze em quinze reais vou coletando o suficiente para arcar com o pagamento do boleto do Banco Itaú a vencer no trigésimo dia do próximo mês.
São contos. Não só meus. São contos de muitos. Antologias. Uma coisa meio hippie literária. Forma da editora ganhar dinheiro e eu deixar de ser um pouco louco e ter meu conto no papel. Com capa. Com contra capa. Com ISBN. Contos.
Eu poderia fazer como um amigo: publicar só. Tenho preguiça. Gosto de Maiakóvski. Tenho um filho: um novo poema a cada dia. Não sou poeta. Nem escritor. Quiçá cronista! Mas tenho uma namorada que desenha e esconde na memória que um dia soube desenhar. Histórias em quadrinhos e eu no sofá. Ela é mais artista do que eu. Mas mesmo assim: eu sou poeta. Gonzaguinha também. Mas nem por isso é lembrado, talvez agora com música na novela das oito.
Talvez se eu procurasse reconhecimento além dos amigos daria mais certo, porém, a questão nunca foi o sucesso e a vaidade, pois tudo é vaidade. Continuo preferindo escrever para os amigos do que para o desconhecido. Publico fiel e cativo pela amizade! É a coisa do gostar. Gostar é bom. Escrevo, pois gosto. Mas também tem a vaidade e tudo é vaidade e se tudo é vaidade a vaidade acaba movendo a escrita. Não?
Quem não gosta de elogios? Até Deus é vaidoso. Se não fosse não destruiria Sodoma e Gomorra. Não teria inundado o mundo. Ele vive buscando a perfeição. Não? Não teria mandado João ter escrito o Apocalipse, um dos roteiros mais futuristas que já li. Mas acreditar em Deus é outra história. Mas não é vaidade? Creio que o parágrafo pode ter levado à questão da perfeição divina ou não. Deus é perfeito ou não? Talvez essa é a questão. Mas não foi este o meu objetivo. Falávamos de vaidade já que tudo é vaidade e talvez isso impulsione o mundo desde seus primórdios. Escrever bem, desenhar bem, falar bem, se vestir bem, comer, cagar, cuspir, escarrar. Bem mas mesmo assim, muito obrigado por adquirir meu exemplar.

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