domingo, 9 de agosto de 2009

Um domingo

Estou pensando muito em você. Qualquer vento que me bate no rosto, ou mesmo a luz do sol, me fazem – todos e tudo – lembrar de você e do tempo em que eu ainda cabia nas tuas costas.
Pois vi crianças nos ombros e quis estar em teu ombro, vendo de cima o mundo que vejo de cima agora. Meus olhos não se entristeceram.
Para você, uma tarde, num distante passado, escrevi um poema. Suas marcas ainda estão na parede aí da casa que é minha, mas que não vivo mais. Apenas um verso do poema eu guardo e meus olhos não se entristecem em lembrá-lo: “ouvir tuas chaves na estante”.
Gosto do eco das chaves ainda hoje, e quando entro em meu apartamento procuro madeira ou algo sonoro onde eu possa colocar minhas chaves e te ouvir. Pois nunca pensei que um segundo domingo me fosse tão penoso como será de agora em diante. Mas meus olhos não se entristeceram.
O dia acordou azul, com vento leve e crianças nas ruas. A orla bem cheia, o shopping lotado e bolsas e bolsas de sorrisos. Meus olhos não se entristeceram. Sei que não gostaria de me ver triste assim.
Havia feira-livre na pracinha perto do meu prédio, fui olhar e sentir os cheiros das frutas. Me lembrei da nossa volta para casa e meus excessos de dor barriga, o caldo de cana e as árvores de Mesquita.
Estou pensando muito em você e nela e nela. Penso no que significa agora estar só e o tempo que aproveitamos juntos. Mas meus olhos não se entristeceram.
Talvez agora, à noitinha, quando me dou conta que queria te abraçar, abraçar a todos vocês é que percebo que meus olhos estão cheios de lágrimas... No primeiro dia dos pais longe de você.

3 comentários:

Anônimo disse...

Forte...

G. Alvaro disse...

Forte(2)...

Aquino Neto disse...

E aê Bruno!
só de ver Altamiro Carrilho ali nos links, ja valeu por qualquer post do blog ^^
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