segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Quando o corpo já não responde

Não é para se preocupar camarada, mas, o papo de hoje não é no botequim, não há cervejas geladas na mesa, chope com o colarinho cremoso. A prosa não se desenrolará madrugada adentro, com garrafas e mais garrafas de vinho espanhol colorindo a conversa e as lembranças.
Ao invés de samba no ouvido, é The Beatles que estou ouvindo, especificamente, Let It Be que, na minha humilde opinião, talvez, por ser um dos mais problemáticos, é um dos melhores, para mim: o melhor.
Também não vou fazer propaganda de remédio genérico, a fotografia (tirada na minha cozinha agora pouco), apenas ilustra meu estado atual de saúde. Não, não é gripe suína, já fiz o exame, rios de dinheiro correram da minha conta. No fim das contas, o que faz falta mesmo é a comidinha da mamãe e seu cuidado, mas... Paciência! Os genéricos são porque, desde que começou essa onda, minha mãe – que é enfermeira – sempre preferiu comprar remédio pela fórmula que pela marca.
Ainda não me derrubaram. Estamos na luta! Uma tosse maldita atrapalha meu sono, minha voz – que sempre foi rouca – está uma coisa meio Darth Vader. Minha cabeça dói e sei que não é chifre! Meu humor está abalando. Nem um vinhozinho sequer posso degustar. Domingo que vem viajo para o Maranhão, espero melhorar antes.
Tudo isso, esses eventos que já duram uma semana, mais ou menos, apenas me fizeram pensar o seguinte: o corpo já não responde.
“Ô papo de velho!”, me diria você, nem isso, respondo eu. A questão é: quanto mais maltratamos o corpo, mais frágil ele fica. Está certo que nunca fui um louco varrido, porém, noites em claro (várias e várias), livros e mais livros depois, sereno, poesia e música no exagero noturno deixam a gente assim. Que saudade da preta, com ela em casa eu ia sossegar mais e se não, ao menos, uma coisa é certa, teria alguém para cuidar de mim – cafuné, às vezes, é o melhor remédio!
O bom é que ando dormindo cedo, ficando mais na rede da varanda aqui do apartamento, emagreci um pouquinho, dei ar ao meu fígado, e estou lendo um pouco mais do que de costume. Enquanto o fígado suspira aliviado, agora é o estômago que resmunga uma dorzinha aqui e outra acolá. Esse excesso de antibióticos, drogas e afins, está esmagando o coitado. E olha que há tempos ele não se manifestava.
Não é, simplesmente, saudade do Rio de Janeiro, da família, nada disso, isso já acostumei, a questão é: Quando o corpo já não responde.
Aí fica um pedido, parceiros: caso eu demore demais a atualizar o papo, dêem uma ligada aqui para casa, peçam ao porteiro para dar uma interfonada para mim, e se caso um cheiro estranho emanar por debaixo da porta do meu apê: fodeu, apodreci e vocês nem viram!?
Sacanagens a parte, nada vai me derrubar agora, ops, tropecei. Bom, vamos à luta, pois, no fim das contas, a vida é the long and winding road.

Um comentário:

Andre de Lemos disse...

Fala cara... po, fiquei preocupado agora... mas como não vi nenhum "tarja preta" ali, tudo bem... por enquanto...

Engraçado... tb estou ouvindo The Beatles enquanto escrevo essas linhas...

Força aê, camarada. Tamu junto!

Abraços...