"Escrevendo e Apagando em Porto Alegre" - Foto de Bruno Alvaro (Porto Alegre - Jul. 2007)
Engraçado como às vezes as coisas parecem se encaixar de tal forma como um bom roteiro escrito. Se encaixarem sem parecer piegas demais. Ou seja, um bom roteiro. E, de vez em quando, a vida é assim: um bom roteiro escrito.
Esse texto, por exemplo, me veio à mente hoje de madrugada, na verdade, hoje pela manhã, por volta das cinco e pouco da manhã. Deixei o texto para lá, não seria o primeiro, tampouco o último a ser guardado na gaveta da memória, para um dia, com o cheiro habitual de naftalina que minha mãe coloca para evitar as traças e baratas, essa mesma gaveta se abrir e exalar textos e odores do passado. Esses cheiros não mudam. Porém, todos mudam. Talvez nem todos. Nem sempre. Mas, de certa forma, tudo vai mudando. Todo mundo está mudando. Assim como o texto mudou. Um pouco. Mas mudou.
Não sou muito dado às mudanças, na verdade, quase não acredito nelas, mas faço uma força danada para mudar.
Hoje mudei de cabeleireiro (esse hoje é de semanas). Engraçado minha relação com meus cabelos. Não gosto de cortar os cabelos. Nunca gostei. Talvez, por anos e anos seguidos ter sido minha mãe, mesmo não sendo cabeleireira, a pessoa que tinha a responsabilidade de aparar as arestas da minha cabeça. Por esse motivo, quem sabe, em vinte cinco anos de vida, consigo enumerar, praticamente, todos os barbeiros e cabeleireiras que cortaram meus cabelos.
Como disse no início, as coisas, às vezes parecem mesmo se encaixar. O hoje do parágrafo anterior já se vai em semanas.
Esse texto abri hoje e tinha cheiro. Cheiro de madrugada, não muito diferente dos cheiros anteriores. A afirmação de que, talvez, nem todos mudam, muito me preocupa. Pois se não mudamos como acertar os erros?
E aqui um parágrafo vale por quase um mês. Talvez, final de julho, metade de agosto, fim de agosto. Um parágrafo: duas, três semanas. Uma linha, uma frase inteira, uma tentativa exaustiva pela busca de uma perfeita oração: horas.
Tudo está mudando a minha volta. A casa, a montanha, as nuvens no céu. Domingo passado um frio tenebroso caiu sobre o Rio de Janeiro, uma chuvinha fina caia sobre meus pés. O Palácio estava vazio e o cinema II parecia pertencer a uns poucos casais, que, como nós, decidiram se aventurar pelo Centro e assistir uma comédia básica de açúcar.
Talvez, se eu colocasse datas, horas, minutos e segundos, utilizasse números com a mesma intensidade que tento alocar cada palavra que sai confusa da minha mente, saberia, com uma certeza quase iluminada, quando, realmente, iniciei este texto.
Pois o tempo é como cada um de nós: muda. É como um final de um filme cult que tentamos buscar respostas que, às vezes, não existem.
São flores partidas. Rosas. Buscas por perguntas e um final talvez sem nexo, ou não. Domingo com pipoca e coca-cola, deitamo-nos na cama e ligamos o dvd. Muito eu esperava naquele momento sobre o filme de Jim Jarmusch: Broken Flowers – traduzido como Flores Partidas aqui na terra do Primo Zé.
Confesso, e confesso com pesar, que no fim do filme achei grande perda de tempo o tempo que dispensei em vê-lo. Mas tudo muda. Acho que agora, depois de alguns dias, percebo as nuances do filme e, no fim das contas, acho que tem fundamento o roteiro, principalmente se tentarmos adentrar no mundo desse “Don Juan cinqüentão” e, também, ler ao seu lado a carta cor-de-rosa. No fim todos nós mudamos um pouco aqui outro ali.
Acho que é hora de publicar. Não há muito mais que tecer nessas horas. Não há muito que dizer sobre tudo que muda. O vento. O sol. A noite. As noites... E esse texto já deu o que tinha que dar. Hoje já é outro hoje. Outro dia. No fim das contas: A poesia é o presente.
Esse texto, por exemplo, me veio à mente hoje de madrugada, na verdade, hoje pela manhã, por volta das cinco e pouco da manhã. Deixei o texto para lá, não seria o primeiro, tampouco o último a ser guardado na gaveta da memória, para um dia, com o cheiro habitual de naftalina que minha mãe coloca para evitar as traças e baratas, essa mesma gaveta se abrir e exalar textos e odores do passado. Esses cheiros não mudam. Porém, todos mudam. Talvez nem todos. Nem sempre. Mas, de certa forma, tudo vai mudando. Todo mundo está mudando. Assim como o texto mudou. Um pouco. Mas mudou.
Não sou muito dado às mudanças, na verdade, quase não acredito nelas, mas faço uma força danada para mudar.
Hoje mudei de cabeleireiro (esse hoje é de semanas). Engraçado minha relação com meus cabelos. Não gosto de cortar os cabelos. Nunca gostei. Talvez, por anos e anos seguidos ter sido minha mãe, mesmo não sendo cabeleireira, a pessoa que tinha a responsabilidade de aparar as arestas da minha cabeça. Por esse motivo, quem sabe, em vinte cinco anos de vida, consigo enumerar, praticamente, todos os barbeiros e cabeleireiras que cortaram meus cabelos.
Como disse no início, as coisas, às vezes parecem mesmo se encaixar. O hoje do parágrafo anterior já se vai em semanas.
Esse texto abri hoje e tinha cheiro. Cheiro de madrugada, não muito diferente dos cheiros anteriores. A afirmação de que, talvez, nem todos mudam, muito me preocupa. Pois se não mudamos como acertar os erros?
E aqui um parágrafo vale por quase um mês. Talvez, final de julho, metade de agosto, fim de agosto. Um parágrafo: duas, três semanas. Uma linha, uma frase inteira, uma tentativa exaustiva pela busca de uma perfeita oração: horas.
Tudo está mudando a minha volta. A casa, a montanha, as nuvens no céu. Domingo passado um frio tenebroso caiu sobre o Rio de Janeiro, uma chuvinha fina caia sobre meus pés. O Palácio estava vazio e o cinema II parecia pertencer a uns poucos casais, que, como nós, decidiram se aventurar pelo Centro e assistir uma comédia básica de açúcar.
Talvez, se eu colocasse datas, horas, minutos e segundos, utilizasse números com a mesma intensidade que tento alocar cada palavra que sai confusa da minha mente, saberia, com uma certeza quase iluminada, quando, realmente, iniciei este texto.
Pois o tempo é como cada um de nós: muda. É como um final de um filme cult que tentamos buscar respostas que, às vezes, não existem.
São flores partidas. Rosas. Buscas por perguntas e um final talvez sem nexo, ou não. Domingo com pipoca e coca-cola, deitamo-nos na cama e ligamos o dvd. Muito eu esperava naquele momento sobre o filme de Jim Jarmusch: Broken Flowers – traduzido como Flores Partidas aqui na terra do Primo Zé.
Confesso, e confesso com pesar, que no fim do filme achei grande perda de tempo o tempo que dispensei em vê-lo. Mas tudo muda. Acho que agora, depois de alguns dias, percebo as nuances do filme e, no fim das contas, acho que tem fundamento o roteiro, principalmente se tentarmos adentrar no mundo desse “Don Juan cinqüentão” e, também, ler ao seu lado a carta cor-de-rosa. No fim todos nós mudamos um pouco aqui outro ali.
Acho que é hora de publicar. Não há muito mais que tecer nessas horas. Não há muito que dizer sobre tudo que muda. O vento. O sol. A noite. As noites... E esse texto já deu o que tinha que dar. Hoje já é outro hoje. Outro dia. No fim das contas: A poesia é o presente.
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