quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Nem nostálgico, nem saudosista, nem tristonho: Apenas um antiquário de lembranças!


Recebi um único comentário (milagre, milagre!) para a voz anterior. Um comentário, anônimo, que dizia, aconselhava: “seja feliz.”
Primeiro, fico muito feliz quando alguém comenta por aqui, já que a maioria dos comentários que recebo sobre as vozes d’O Ventríloquo me chegam via e-mail. Sobre o comentário, como um todo, realmente não acho que eu seja uma pessoa “nostálgica”, tampouco, triste. Aliás, nem toda pessoa saudosista ou nostálgica é triste.
Quando escrevi, soltei aquela voz que foi uma tessitura, digamos, o tenor para uma melodia para contralto, eu estava muito bem, obrigado! Ou seja, a voz que surtiu a voz do nosso amigo ou amiga anônimo, era companheira de uma voz anterior (um outro texto), mas que se encaixou bem na melodia como um todo, tanto que gerou som vindo de alguém que, infelizmente, não se identificou.
Por falar em saudosismo... Hoje, por exemplo, encontrei pelos corredores da vida uma amiga (oi Nanda!) que reclamou a respeito do meu sumiço. Mandou beijos para os meus pais, lembrou que em setembro foi aniversário da minha mãe, enfim, conversamos rapidamente, pois a vida segue sempre seu rumo. Senti que o momento saudosista – mas não tristonho – foi quando calculamos que já fazia dois anos que não conversávamos mesmo. Que não sentávamos num bar, que ela tinha ido à minha casa pela última vez, etc. Observamos, os dois, naqueles rápidos minutos de conversa, como o tempo passa num instante.
Para calcularmos o tempo que ficou lá atrás fizemos conjecturas, como:
- A esposa do teu Tio Flávio estava grávida.
- É, o filho dele fez dois anos, Flávio Henrique o nome.
- Nossa! Já faz dois anos que fui naquele churrasco?
- Sim, eu e Ana já temos um ano e lá vai fumaça de namoro, para você ver. Estamos quase casando.
- É verdade, o tempo passa...
Enfim, o tempo passa (isso é uma lógica indiscutível) e a gente vai crescendo. Perguntou por meu primo, mandou beijos e se foi e eu me fui, todos vão. Vamos rápido. É necessário que a gente vá. O ser humano precisa ir e vir para viver. E enquanto eu caminhava pela Cinelândia, sentindo um frio fora de época, uma chuva fina na cabeça, pensei lá no fundo: “Logo, logo fará dois anos que sou o cara mais feliz do mundo.”

2 comentários:

Anônimo disse...

O comentário anterior a respeito da tristeza é relacionado a você como um todo.
Quanto a identidade de quem vos fala, é melhor assim, sem decepções.

Bruno Alvaro disse...

Decepção alguma. Apenas mais um agradecimento: obrigado!