Essa é curta, não lembro o ano, mas o Fernando Vanucci ainda era vivo e cobria o carnaval carioca pela Rede Globo de Televisão. Aliás, bons tempos, ele foi o âncora, a voz da TV na Sapucaí entre 1985 até 1999. Mas, vamos ao que interessa e, de certa maneira, fica a dica para quem pedala pelas zonas urbanas, na selva de concreto. Um jornalista, que não lembro o nome, estava na Marquês de Sapucaí, a Estação Primeira de Mangueira no aquecimento, ao grande intérprete, a entidade Jamelão, o repórter pergunta: "Jamelão, como é que tá preparado, 83 anos, tantos carnavais nas costas, para 'cantar o samba' - como você prefere - como é que está esse ano?". Responde o sambista: "Tá tudo certo. É a mesma coisa do ano passado. Não tem nada de novo aqui." O repórter querendo dar uma de esperto pra cima dele: "Tá tudo igual (...) mas o senhor preferiu não ficar lá embaixo, veio cá pra cima". O Jamelão sem se abater, finaliza: "Malandro é o gato que come peixe e num vai na praia". Por um frame é possível ver, o repórter se vira para a câmera e em graça diz: "É a sabedoria popular de Jamelão, cheio de expressão, que vai agora cantar o samba aqui na avenida. Voltamos com Fernando Vanucci".
ventríloquo [Do lat. tard. ventriloquu.] Adjetivo. Substantivo masculino. 1.Diz-se de, ou aquele que sabe falar sem abrir a boca e mudando de tal modo a voz que esta parece sair de outra fonte que não ele. E assim são os textos. Ao menos os que escrevo. Eles têm várias vozes. Minhas várias vozes. Em tempo. Tempos nublados ou com sóis. Não há muito o que dizer sobre mim. O resto está aí. Várias vozes sem mover meus lábios. O ventríloquo.
terça-feira, 18 de maio de 2021
Salve o grande Jamelão (12 de maio de 1913 - 14 de junho de 2008)
Fica aí a história! E na versão Web/PC d'O Ventríloquo é possível ver o trecho do vídeo logo abaixo:
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Aracaju, SE, Brasil
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